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Acadêmicos da Unemat coordenam estágio de vivência em assentamento
Acadêmicos da Unemat coordenam estágio de vivência em assentamento
07/02/2007 16:21:12
por Coordenadoria de Comunicação Social

Acadêmicos do curso de Agronomia da Unemat em Cáceres e Tangará da Serra participam da organização do 1º Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) de Mato Grosso junto a assentamentos da reforma agrária. O evento foi realizado no período de 4 a 22 de janeiro no Assentamento Antônio Conselheiro, um dos maiores da América Latina, localizado nos municípios de Barra do Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra.

Ao todo, 24 estagiários dos cursos de Agronomia, Biologia, Geografia e Química dos campi da Unemat em Cáceres, Alta Floresta, Tangará da Serra, além de dois acadêmicos da UFMT, puderam conviver e vivenciar, durante 12 dias, um pouco da rotina das famílias de pequenos agricultores assentados.

O Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) é uma proposta da Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), entidade máxima de representação da área, e busca uma inserção do universitário na realidade sócio-econômica, política e cultural. “É uma forma de mostrar o outro lado dos movimentos sociais do campo e contribuir para desmistificar discursos. Os universitários vão aos assentamentos, participam diretamente daquela realidade e tiram suas próprias conclusões”, explica um dos organizadores, Janderson Rodrigues Dalazen, acadêmico de Agronomia de Cáceres.

Por outro lado, no estágio de vivência, participar da realidade não significa intervir. Os estudantes vão a campo para aprender com a sabedoria construída no local, não para prestar assistência técnica. “O acadêmico muitas vezes tem um conhecimento apenas de sala de aula, distanciado da terra e da realidade dos pequenos agricultores. A comunidade tem muito a ensinar à academia”, completa Willian Marques Duarte, também da comissão de organização e aluno de Agronomia de Tangará da Serra.

Antes de ir para o assentamento, todos os estagiários passaram por uma fase de preparação, realizada durante quatro dias em Tangará da Serra. Esse momento de formação contou com participação de professores convidados, de acordo com área de afinidade. Eles conhecem a história da reforma agrária no Brasil, dos movimentos sociais do campo e, principalmente, vêem de perto a importância de trabalhar em grupo. “Não é só participar passivamente. Tudo é dividido em “muxirum” (mutirão). Há divisão de tarefas, articulação entre os grupos”, pontua Willian.

Quando retornam do campo, se reúnem novamente para relatar as experiências vividas. É um espaço para construção de novos conhecimentos e questionamentos, dentre eles, relação com a terra, costumes e relação de gênero. “Com os relatos, percebemos que o aluno volta com uma nova visão sobre os assentamentos rurais. Cada um, dentro da sua área de formação, seja químico, biólogo, percebe que a sua atuação profissional pode ser diferenciada e mais comprometida”, conclui.

Para que esse encontro se efetivasse foi necessário amplo trabalho de integração e preparo. A organização ficou a cargo da Comissão Política Pedagógica (CPP) do EIV, composta de oito acadêmicos de cursos de Agronomia da Unemat de Alta Floresta, Tangará da Serra, Cuiabá (UFMT) e um membro da coordenação nacional da FEAB.

O estágio de vivência contou com o apoio da Unemat, campus de Cáceres e Tangará da Serra, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Tangará da Serra.

Danielle Tavares- Assecom/Unemat

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